domingo, 8 de maio de 2011

Diferença entre Thrash, Death, Grind e Black

Thrash metal, death metal, black metal e grindcore tem uma coisa em comum: são metal extremo. Mesmo assim são muito diferentes entre si, ainda assim, sendo muito confundidos. Quais são as diferenças, afinal?

Thrash metal: De 1981 pra 1982, várias bandas começaram a criar esse estilo. As primeiras foram Metal Church, Hellhammer, o "big three" alemão, a paranaense Stress, Venom (guarde esse nome) e o grande Metallica. Lembrava o speed metal do Motörhead, Overkill e Iron Maiden (no início), mas era mais rápido e agressivo. Com o tempo, a definição do que era e o que não era thrash foi se afrouxando, já que surgiam bandas mais leves que eram classificadas nesse estilo. De outro lado, foi ficando mais agressivo, com bandas como Testament e nosso Sepultura. O thrash, além de ter algumas das melhores bandas do metal em geral, influenciou todos os gêneros que nós veremos agora.

Death metal: Nos anos 80, as bandas de thrash começaram a ficar ainda mais agressivas, além de usar vocais cada vez mais próximos do guturais. As bandas de thrash que caminharam nessa direção foram Báthory, Sodom e Celtic Frost. Duas bandas da época que já surgiram tendo esse estilo concreto foram Master, Mantas e a brasieira Sepultura (com o álbum Bestial Devastation, exemplo de música crua de alta qualidade). Mais tarde, a banda Mantas muda seu nome para Death, concretizando o estilo e criando o termo death metal. Outras bandas famosas da época foram Deicide, Possessed e Morbid Angel. Entre as mais atuais, temos Nile, Necrophagist, Dying Fetus, Cannibal Corpse. Entre as mais melódicas, temos Amon Amarth, Children of Bodom, Arch Enemy e Opeth.

Grindcore: Em 1987, a banda punk Napalm Death, que a tempos estava cada vez mais brutal e mais influenciada pelo thrash metal, pega algumas influências de death metal e pronto: está feita a fórmula do álbum Scum, marco zero do grindcore. Se diferencia do death metal por causa das melodias mais simples, maior agressividade, sons mais sujos, influência do punk rock, músicas com menos de dois minutos e velocidade extrema. Na mesma época, amigos dos membros da banda criam a Carcass, que toca um som  parecido, mas com letras nojentas, o que se tornaria comum no grindcore. Outras bandas do gênero são Anal Cunt, Rompeprop, Cock and Ball Torture e The Berserker.

Black metal: Tudo começou com o grande Venom, que, ao usar letras satânicas e afinações muito baixas nas suas músicas de thrash, não tinha noção do que faria com a música. Uma legião de bandas da época (como Báthory, Sarcófago, Parabellum, Sabbat, entre outras) faz um som parecido. Mas o black metal só se consolidaria na Noruega dos anos 90, com a banda Mayhem, que influenciaria mais bandas da mesma região e época, como Burzum, Emperor, Dissection, Gorgoroth, Darkthrone e Immortal. Estas tinham um som com uma certa atmosfera sombria que o Venom não tinha adquirido ainda, além de serem ainda mais pesados. Novos grupos são Behemoth, Dimmu Borgir, Cradle of Filth e Rotting Christ.

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domingo, 1 de maio de 2011

White metal

O que é uma banda com temática cristã? É uma banda que fala sobre a vida de Jesus? Ou é só falar dos ensinamentos dele? E se ela simplesmente tiver uma filosofia que lembre ele? Mas e se ela simplesmente tiver membros cristãos e não blasfemar, conta? Muitas bandas entram nessas categorias, inclusive algumas de metal.

Sempre houveram cristãos no metal. Era inclusive o caso de Tony Iommi, que levava sua famosa cruz no pescoço porque sua avó disse que ela protegeria e ajudaria a banda. Talvez ela esteja certa, porque não? Mas a primeira banda realmente de metal cristão foi a banda Ressurection Band, que, a partir de 1972, tocou o blues-rock pesado característico das primeiras bandas de metal. Suas letras eram mais filósoficas que da pregação cristã em si.

Mas, formada em 1983, ganhando discos de platina e mais explicitamente cristã, muitos consideram a banda Stryper como a primeira do gênero, tocando gay glam metal e usando o número 777, como símbolo, ironizando o "666" usado na época só pelo Iron Maiden (fora no mercado underground) associando-o ao 7, suposto número da perfeição divina (quando ele simplesmente era uma gíria em hebraico para "infinito", mas isso é outra história).

Depois, fazendo um som bem melhor que o glam de Stryper, em 1989, surge a banda Tourniquet, tocando "Neoclassical Thrash Metal", por misturar o thrash com as guitarras de Yngwie Malmsteen e as estruturas de Bach. Essa banda tem mais uma filosofia cristã que qualquer coisa, eles simplesmente fazem músicas sobre assuntos como o amor, a aceitação da morte como parte da vida e a proteção aos animais.

Surge, na mesma época, uma banda que seria muito importante para a criação da agressividade do gênero death metal, mesmo falando só sobre temas e histórias cristãs. Era o Mortification. Sem dúvida, seu segundo álbum, Scrolls of Megiloth, é, sem dúvida, muito importante. Na mesma linha, na época, surge a banda Live Sacrifice, menos influente, mas da mesma geração do death metal primordial.

E dentro do talvez mais polêmico gênero musical, surge uma controvérsia: bandas de black metal com temáticas cristãs, chamadas "unblack metal", ou "holy unblack metal", parafraseando o "unholy black metal" do Darkthrone. Inclusive, em certa entrevista, o muito talentoso e não menos retardado guitarrista Euronymous, do Mayhem, ameaçou de morte todos os membros da banda norueguesa de symphonic unblack metal Antestor. Outras duas bandas são Horde (projeto solo do baterista do Mortification) e a Bleakwail, que toca um som mais puxado para o doom e tem um vocalista capaz de atingir frequências absurdamente baixas.

Alguns dos mais novos estilos também têm adotado temas cristãos, como o metal franjinha metalcore, como a banda que praticamente lançou o metalcore no mainstream, As I Lay Dying (com temas cristãos mais ideológicos) e a banda Demon Hunter, que apesar de ser melódica demais, continua boa, usando letras explicitamente cristãs "disfarçadas". Outro novo estilo (não diria novo, mas teve um salto recente de popularidade) adotando letras cristãs é o folk metal, com bandas como a baiana underground de celtic metal *fica aí a indicação* Demoncide e a mais conhecida ucraniana Holy Blood, que dá um tom épico que falta na maioria das letras cristãs.

Enfim, existem bandas com a habilidade de tocar no assunto do cristianismo sem blasfemar nem reverenciá-lo, como algumas músicas que falam do mesmo como uma história, Entre os exeplos mais famosos, "Creeping Death" (Metallica), "The Seventh Seal" (Primal Fear) e "The Kiss of Judas" (Stratovarius).

Tem quem não goste da pregação nas músicas, mas se você pensar, quase todas letras são pregações... Pregações de satanismo, ou até de ideias, filosofias... Toda disseminação de ideias parte da pura pregação.

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