domingo, 3 de outubro de 2010

Preconceito Contra o Heavy Metal

Como falei nas minhas primeiras postagens, o metal sempre se envolveu com drogas e ocultismo, simplesmente sujando seu nome. O ser humano tem uma tendência natural a pensar nas coisas mais deteriorantes o possível. Quando você está quase convencendo aquele seu vizinho evangélico que metal não é satânico, ele descobre sobre o morcego do Ozzy e é como se tivesse jogado bosta no ventilador. Punk rockers, funkeiros, pagodeiros, emos, happy "rockers"... Todo gênero musical sofre preconceito, mas, esse é um blog de metal, então, vamos começar.

Mesmo a palavra "preconceito" tendo um certo peso, vamos usá-la aqui. Desde antes do metal, quando só havia o style e a atitude dos motoqueiros, eles sempre eram "os violentos" na concepção das pessoas em geral. Quando o metal ainda estava ovulando com Steppenwolf, que usava temática lírica da liberdade dos motoqueiros (sua música "Born To Be Wild" é quase um hino), e quando foi criado o visual da banda Judas Priest, ainda nos primórdios do gênero, era algo muito relacionado a essa atitude má que era enxergada nos motoqueiros.

O ocultismo (às vezes realmente, às vezes falsamente praticado pelos músicos do metal em geral, como falei na postagem de Junho, acesse ela no arquivo para entender melhor o assunto) e o satanismo sempre foi relacionado com os headbangers (fãs de metal com estilo e atitude, 1 em 1 milhão hoje em dia, confesso que eu mesmo não sou), principalmente graças às letras de Judas Priest e Black Sabbath. Mais tarde, de Iron Maiden e Venom. O satanismo e os fãs do estilo nunca andaram (necessariamente) juntos. Mas esse não é o pior que existe.

Como falei em uma postagem de Julho, as drogas, muito usadas por uma legião de músicos, também são associadas aos fãs. Várias bandas limpas das drogas ilícitas chegaram "lá", como Kiss, System of a Down (há controvérsias) e Judas Priest, sem contar com aquelas que se envolveram somente com álcool, como Iron Maiden e Metallica. Enquanto isso, várias não resistiram, como Black Sabbath, Slipknot, Guns n' Roses, Led Zeppelin, AC/DC, Ozzy Osbourne e Motörhead. Há muitos casos de overdoses no mundo do hard rock e metal, mas, se você pensar bem, você verá casos de astros do pop (Michael Jackson) e do blues (Janis Joplin).

Outro tipo de preconceito brota da simples ignorância, vinda de pessoas que logo associam o "metal" ao seu 10 % de bandas de sucesso que toca black e death metal, logo associando a gritos e coisas malignas. Uma frase muito ignorante que já ouvi pessoalmente, e provavelmente muitos outros fãs de metal já ouviram algo parecido foi "Eu não sei como alguém pode parar o que está fazendo para ouvir uma pessoa gritando.", um dia depois da morte de Ronnie James Dio. Quem aqui conhecer de Rainbow, Dio ou Black Sabbath (nono, décimo e décimo-sexto álbum) saberá o tamanho do erro de quem falou esta frase. O metal, e, às vezes, em um patamar maior ainda de ignorância, o próprio rock, é vinculado à música Scream o' Rama ("gritando toda hora"), concentrada nos estilos black e death metal, além do Screamo (que é mais próximo do punk que do metal), estilos não necessariamente ruins, mas usados como rótulo pelos ignorantes.

Um dia desses li um caso muito particular na internet, onde um aluno conta ter sido suspenso e ter ido para a casa com um bilhete escrito: "lendo revista de roque". Ora, não que o idiota esteja certo de ler durante a aula, mas ao falar o tema da revista, é insinuado que, ao ser pego com uma Super Interessante ou uma Galileu, a punição seria menor. Existem vários headbangers  que não podem reclamar, já que maltratam emos e pagodeiros, mas, quanto aos que tratam as outras pessoas bem, merecem ter das pessoas ao redor o reconhecimento que o fã do metal é uma pessoa como outra, que não acha divertido assustar menininhas, não é altamente sádico com tendências psicopatas e não põe bebês na vitamina (quero dizer, pelo menos não necessariamente).

Aguardo com ansiedade o dia onde headbangers punk rockers pararão de ser tachados de perturbados, rappers de violentos, emos e góticos de deprimidos, happy "rockers" de alienados, funkeiros de criminosos e pagodeiros de bêbados. Pagode, samba, funk, emocore, punk e heavy metal. Todos nós somos seres humanos, então respeitem e sejam respeitados.

Próxima postagem: "A Importância das Letras"

9 comentários:

  1. Moro Natal-RN onde o FORRÓ, AXÉ e PAGODE é muito forte, sou fá do heavy metal, quando as pessoas perguntam meu gosto musical falam que sou louco, preconceito da cidade.

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  2. Gostei muito da postagem eu sou headbanger,e ja sofri mto preconceito pois tb gosto de musicas satanicas,death e black metal.Mais eh normal cada um tem seu gosto! ;)

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    1. porque não escuta Mortification que é Death Metal com temática cristã (pode acreditar essa banda é muito mais pesada que a maioria black).

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  3. eu sou misantropo solitario, parei de ir a bares, shows a mais de 5 anos entao so restou merda de shopping pra dar uma volta, aqui so tem isso no bairro. mas aí os seguranças ficam me seguindo no shopping,cheio de preconceito namente e quem manda sao os judeus, ou seja, penso em ficar em casa pra sempre e nunca mais sair, a nao ser pra coisas basicas como estudo, exercicios fisicos e nao passa disso. ainda bem que tenho marte capricornio assim me tornarei eremita novamente, igual fui durante muitos anos.

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  4. http://devaneiosdeesquizometaller.blogspot.com.br/2016/04/judeus-lixos-que-mandam-no-mundo.html

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  5. desculpe,mais esses estilos são muito mais respeitados do que o heavy metal.nunca ouvi alguém falar merda do rap na tv,jornais ou radios.pagam é um pau danado pro rap mesmo não gostando.antigamente o headbanger era muito mais radical,hoje nem todos são (eu disse,nem todos).a maioria falam merda do funk porque realmente é um estilo que não favorece o jovem (alguém aí queria ver sua filha de 12,14 e 15 anos esfregando a bunda no pau de um marmanjo desgraçado de 25,30 e 40 anos).já vi e é deprimente.tenho 42 anos e mais de 30 anos escutando metal (e outros estilos sim senhor!!!).mais que o metal sempre falam mau,a... isso falam mesmo.

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    1. desculpa escrevi errado,na verdade o correto é falam mal com "l".

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    2. desculpa,eu escrevi errado.na verdade o correto é mal com "l".

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