quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Cena Brasileira

As principais bandas de metal, não precisa ser um especialista para entender, vêm dos EUA e Inglaterra. As principais, eu digo. Porque existem inúmeros lugares de importância extrema. Os lugares mais importantes para o metal: costa da Califórnia, Inglaterra, Alemanha, Austrália, Nova Orleans costa Leste americana, Escandinávia e... Brasil. Sim, Brasil. Se você só tem olhado para o exterior e ouvido bandas americanas e inglesas, você não sabe o que está perdendo...

Em uma época em que o disco era absoluto e nada podia com ele, os Bee Gees e similares reinavam, até mesmo no Brasil. Era um caldeirão de disco, onde o rock era menos popular. As poucas bandas de rock eram parte do movimento da tropicália, que envolvia ritmos brasileiros e africanos. Alguns maravilhosos exemplos são Rita Lee, Cássia Eller, Os Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Mas, nos anos 70, começou a globalização musical brasileira, onde nossas bandas começaram a recorrer ao pop e ao disco. É claro que, também, ao heavy metal.

Em Belém do Pará (xôo Calypso), em 1974, surgiu a banda Stress, quase que alienígenas no mundo do pop com suas músicas de críticas a nosso mundo, como "Lixo humano", que teve que ser trocado por "Lixo mano" por causa da ditadura. Foi tão impopular que o primeiro LP brasileiro de heavy metal, homônimo deles, só saiu em 1982. E foi uma luta para nossos precursores brasileiros do thrash metal. Mas depois disso, nosso heavy começa a fazer sucesso.

Só nos anos 80, você vê aparecerem bandas de metal em massa no brasil, principalmente nos estilos mais pesados. O thrash metal bem brasileiro do Korzus, com músicas como "Correria", o heavy metal épico e rápido da Dorsal Atlântica, com músicas como "Joseph Mengle - O anjo da morte", o thrash metal bem agressivo e punk dos Ratos de Porão, banda do VJ João Gordo, com exemplos como "Crucificados pelo sistema", a versão mais pesada do Barão Vermelho "Azul Limão", com Sangue Frio", mais o famoso black metal pesadaço e anticristão do Sarcófago, com exemplos de letras satânicas como "Desecration of (the) virgin".

Mas, o que merece grande destaque, sem a mínima dúvida, são os caras do Sepultura. Dois de seus guitarristas (Andreas Kisser e Max Cavalera) estrelaram no livro de Joel McIver "The 100 greatest metal guitarists", onde estavam, respectivamente, em 49o e 85o lugar. A banda é mundialmente reconhecida, ganhou inúmeros discos de platina pelo mundo, revolucionou o death metal a nível internacional, viu seu ex-baterista Igor Cavalera como 81o melhor do mundo na Rolling Stone, e, simplesmente, o (!) melhor baterista de Death Metal do mundo. Isso tudo com seu estilo que já variou de um heavy tribal para um death. Para conhecer suas músicas mais pesadas, ouça "Roots Bloody Roots", "War", "Refuse/Resist", e, com o novo vocalista Derrick Green, "We've Lost You" e "Moloko Mesto". Para ouvir suas músicas mais melódicas, ouça "Ratamahatta", "Kaiowas" e "Bullet The Blue Sky".

Com a vinda de bandas de rock leve e/ou falso, não só no Brasil, mas o heavy metal começou a perder sua popularidade. Hoje em dia, é cada vez mais comum ouvir pessoas dizendo que emos, pop ou "happy rock" é rock. Não falto com respeito a eles, mas, posso dizer que eles, além de estarem completamente errados, acabam com o espírito do heavy metal. Poucas bandas de heavy metal atuais estão fazendo sucesso, como Torture Squad, Holocausto e Executer. O espírito do rock sempre vai evoluindo, e, até mesmo os fãs de um bom rock leve nacional dos Titãs ou do cantor Arnaldo Antunes são substituídos pelas modinhas. Legião Urbana é raro, já que o "punk" de hoje em dia no Brasil é Pitty, Restart e Cine...

Mas, nos ouvidos mais inteligentes e afinados, a música de verdade persiste. Jazz, blues, música clássica, rock, e, é claro, METAL. Os metaleiros sempre existirão aqui no Brasil, modinhas dão e passam. Não deixe o espírito do heavy metal morrer!

Na próxima semana: "Drogas e Rock'n'roll"

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