quinta-feira, 8 de julho de 2010

Drogas e Rock'n'Roll

As drogas sempre foram usadas abertamente. Os gregos e chineses de mais de 3 mil anos atrás já usavam e abusavam do ópio. As drogas, tanto as alucinógenas quanto as enteogênicas, sempre enlouqueceram as pessoas. Pessoas morriam e morrem até hoje, já que muitos perdem o controle quando veem as mudanças (positivas a curto prazo) que elas fazem no organismo e na mente do usuário. Muda até a capacidade criativa, o que foi usado por muitos músicos, influenciando grandes gêneros, como grunge, rock psicodélico, acid rock e stoner rock.

Nos anos 20, o trombonista de jazz da Jimmy Dorsey & His Orchestra, Tommy Dorsey, usava e abusava de pílulas, nada de drogas pesadas, até que elas o levaram a uma lenta morte por engasgo em 1956. Eram casos fechados, como os de Chet Baker, Charlie Parker e Billie Holiday. Mais tarde, até mesmo Elvis Presley, pai do rock'n'roll, usava. Mas nada se compara aos anos 60 para frente.

Hippies! ILY, Paz e amor, e tudo isso... Em toda essa onda de negação aos bens materiais e apego à liberdade e a uma sociedade alternativa, o psicólogo Timothy Leary criou a psicoterapia psicotrópica, onde, um dos fundamentos era que as drogas poderiam abrir sua mente. Logo, drogas como marijuana, tabaco e LSD foram abertamente usadas pelos hippies. Então, os artistas da época também começaram a ter problemas com drogas. O quarteto dos Beatles, os membros do The Who, Jimi Hendrix, todo o Grateful Dead com sua DMT, Keith Richards do Rolling Stones, entre vários outros. Veja o festival de Woodstock... Era algo, na época, natural... normal...

Mas, é claro que eu vou falar sobre o heavy metal, começando pelo Led Zeppelin. Essa banda, com um eswtilo definido entre o folk rock, hard rock e heavy metal, sempre foi envolvida com drogas em seus 12 anos de carreira. O grande quarteto inglês, inclusive, levou fim quando seu baterista John Bonham teve uma terrível overdose de álcool, após ser intoxicado com 40 doses de vodca, asfixiando-se ao respirar o próprio vômito enquanto dormia.

Déjà-vu. Ele não foi o único a morrer assim, com uma overdose resultando em asfixia com o próprio vômito. Outro foi o já citado mestre da guitarra, Jimi Hendrix, que se drogou com tudo que você pode imaginar e mais um pouco, foi para um quarto de hotel com sua namorada e vomitou até morrer do mesmo jeito. Em seu vômito, havia vinho tinto. Do mesmo jeito morrera Bon Scott, quem a história você lerá depois. Mas não eram só eles que tinham morrido de overdose até lá.

Em 1970, a jovem cantora solo Janis Joplin, antes do Big Brother and the Holding Company, morreu de overdose de heroína com 27 anos, já com a saúde arrasada. Foi o fim da carreira de uma das maiores cantoras da era hippie. Keith Moon do the Who, que parecia ter uma saúde de ferro, era quase imortal. Já tinha usado até sedativo para cavalos e nada. Mas, um dia, misturou álcool com pílulas (contra síndrome de abstinência DE ÁLCOOL) e não aguentou. Isso ainda em 1978. 6 meses antes de Bonham, quem passou para o lado de lá foi Bon Scott, o australiano que cantava no AC/DC. Depois de várias doses de bebida (novidade...), se trancou no carro, caiu no sono, e, com o organismo enfraquecido, teve uma hipotermia e morreu de asfixia por vômito relacionada com overdose, assim como Hendrix e Bonham. Essas são só mortes de famosos no começo do rock. Mas os que morreriam depois ou os que sobreviveriam são muito mais que esses.

Nos anos 70 e 80, as drogas ainda foram muito usadas por músicos tanto do heavy metal quanto do rock psicodélico. Ozzy Osbourne, na época do Black Sabbath, abusou tanto das drogas na época que chegou a afirmar "Eu não me lembro dos anos 80." Ozzy chegou a, drrogado, arrancar a cabeça de um morcego durante um show. Com os dentes. Já nos anos 80, na Blizzard of Ozz, ele, bêbado, urinou em um prédio. Era o famoso museu do Álamo, no Texas. Ozzy estava vestido de mulher...

Já para o rock psicodélico, o maior figuraça foi Syd Barret, do Pink Floyd, que tinha a fatal combinação de criativo, drogado e síndrome de Asperger. Em certa ocasião, ele foi convidado para o programa de tv de Pat Boone e aceitou, mas, na hora, ele se recusou a falar, ficando parado, com os braços soltos, olhando fixamente para a câmera. Em outra, ele disse para a banda ter composto uma ótima música. Na hora "H", cada vez que ele apresentava a música para a banda, ele mudava os acordes.

O nome da música? "Have You Got It Yet?", ou seja, "Você já entendeu a piada?" Ainda nos anos 70, é impulsionado o gênero que já trás as drogas no nome: o acid
rock. Considera-se a primeira música de acid rock como Purple Haze de Jimi Hendrix, ainda em 1967. Era uma mistura despadronizada de rock psicodélico com vários outros ritmos, como blues, country, jazz fusion e música indiana. Depois, se tornou o ritmo de bandas como The Doors, Cream, Blue Cheer e a já citada Grateful Dead.

Várias bandas fizeram músicas sobre as drogas nos 70 e 80, sendo a mais conhecida "I Wanna Be Sedated" dos Ramones. Em contrapartida, foram feitas músicas de sucesso que iam contra as drogas, por exemplo, "Master of Puppets" do Metallica, que fala sobre as influências da cocaína nos dependentes, e "Suicide Solution", ironicamente, da Blizzard of Ozz, banda de Ozzy Osbourne.

Nos anos 90 para frente, com o pop se tornando mais massivo, o cenário musical ficou mais limpo. Obviamente ainda existiam doidões, como Kurt Cobain do Nirvana, maior nome do grunge, que se suicidou depois de uma crise de abstinência de drogas. A banda de nu metal com nove membros Slipknot ficou com oito em 24 de Maio de 2010, quando seu baixista Paul Gray teve uma overdose supostamente acidental de morfina, ainda sendo investigada pelos peritos. Houve em 2009 uma overdose acidental de sedativos que matou o "rei do pop" Michael Jackson. Ozzy limpou o organismo, mas Keith ainda está "no pique", o que pode significar o fim dos Rolling Stones se ele passar do limite. A banda armeno-americana System of a Down fez músicas como "Drugs", "This Coccaine Makes Me Feel Like I'm This Song" e "She's Like Heroin", mas nunca chegaram a usar drogas.

As drogas estão sendo largadas, os músicos se desintoxicaram, mas o espírito musical não.

Próxima quinta: "Baixistas Importantes"

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