domingo, 5 de setembro de 2010

Da África ao Heavy Metal (parte 5)

O Judas Priest era uma banda de garagem formada por dois amigos de infância (guitarrista K.K Downing e baixista Ian Hill, que chamaram o amigo Al Atkins para cantar e John Ellis para tocar bateria. Com cinco anos de carreira e três demos sem sucesso, eles expulsam Al Atkins, que vai para a carreira solo, e chamam Rob Halford para cantar. Em 74, com John Hinch na bateria e Glenn Hill como guitarrista extra, lançam o disco Rocka Rolla, sem muita repercussão. Álbum ante álbum, acabam desenvolvendo alta popularidade. Ao mesmo tempo, a banda galesa Budgie, faz músicas mais pesadas que seu hard rock habitual. Várias bandas se inspiram nesse estilo. Algumas delas são as mais famosas de hoje em dia.

Algumas das bandas a seguirem esse estilo são a já referida Mötorhead, Saxon, Def Leppard (famosa por seu baterista sem um braço) e a grande Iron Maiden. A Iron Maiden foi formada por Steve Harris, baixista que já havia perdido duas bandas (Smile e Gipsy's Kiss) por fazer composições "complicadas demais". Formou a Iron Maiden e tomava forma a nova geração de heavy metal britânico, ou, como diz sua sigla em inglês, a NWOBHM. Mas o speed metal do Judas também criaria um novo ramo...

No que o metal neoclássico fazia sucesso, como já disse na postagem anterior, algumas bandas resolveram fazer um som épico a partir de metal e música clássica, partindo do speed metal. A pioneira, baseando-se no som de Manowar, Accept e Savatage, foi Helloween, com seu EP homônimo. Outra banda famosa do gênero são a Mötley Crüe. Sua música mais recomendável é a "Saints of LA", com seu estilo intenso e épico, mas leve. O power metal seguiria muito popular na Alemanha, EUA, Brasil e Japão. No Brasil, seu maior representante é a banda Angra, e seus épicos "Rebirth" e "Wishing Well". Outra grande representante nacional do gênero é a Shaman. Muitas bandas do gênero são afastadas pelos fãs de ritmos mais "extremos", já que a maioria diz que a música lembra "trilha sonora de videogame". Depois nós veremos a nova cara do power metal.

Enquanto isso, no rock mais leve, nós podiamos ver uma grande mudança de estilo no rock psicodélico, que começa a cruzar com o rock progressivo, estilo que surge como modo erudito de compôr o rock (bandas como Yes e Uriah Heep são exemplos disso). Bandas como o trio canadense Rush e o grupo inglês Pink Floyd, maravilhosa banda que usava influências blues e country com performances acústicas são exemplos dessa nova geração psicodélica. Da combinação entre o rock progressivo, o hard rock e o heavy metal, surge o prog metal, nos anos 80 representado por bandas como Dream Theater e Quensrÿche.

"O estilo sempre foi importante para nós. Nós crescemos nos anos 70. As músicas eram glam rock e punk, tudo com muito estilo.", disse Nick Rhodes, da banda Duran Duran. Com uma certa fusão de rock e pop, nós identificamos um ritmo de sucesso, o glam rock, que surge com certos artistas como David Bowie (e seu famoso ET Ziggy Stardust) e o pianista Elton John. Outra famosa é a Queen, já referida domingo passado por ter deixado uma herança musical enorme, com seu estilo entre o glam, o pop e o hard rock. Um grande representante do gênero no Brasil foi o Secos & Molhados.

Depois do glam rock, vinha o glam metal, de bandas como a já referida Kiss, conhecida pela maquiagem pesada de seus membros. Outra banda popular do gênero é a Pantera, que também girava em volta do groove metal (depois veremos isso). Outra popular banda do gênero é a banda de John Bongiovi, a Bon Jovi, que também pode ser muito comparada com o hard rock. De certo modo, o power metal da Mötley Crüe pode entrar na lista. Ainda há Quiet Riot, Twisted Sister e Poison (esta última conhecida pelo episódio em que o vocalista Bret Michaels atirou seu microfone em direção ao baixista Bobby Dall, que respondeu com um ataque com o baixo que se segue de uma briga violenta).

Voltando ao assunto, já que, no mundo do heavy metal, os ritmos mudam bastante, certas bandas começavam a acrescentar distorções mais pesadas, baseadas no hardcore punk e no speed metal. As precursoras dessa nova "onda" são bandas como Judas Priest, Iron Maiden (com o riff de "Iron Maiden") e Motörhead. Quando o ritmo começa a tomar forma, nós vemos bandas como Diamond Head e Tygers of Pan Tang fazendo sucesso. Mas o thrash só se personifica especificamente em Novembro de 1982, quando a já reconhecida banda de heavy metal Venom lança o álbum Black Metal. No mesmo mês, a primeira banda brasileira de metal, a paranaense Stress, lança um álbum homônimo, também de thrash metal primordial, com repercussão ridícula, além de censurado pela ditadura e pela própria gravadora. Adivinhe qual dos dois é citado internacionalmente como o primeiro álbum de thrash metal e está no livro "1000 álbuns para ouvir antes de morrer"...

Venom fez repercussão internacional, enquanto Stress repercutiu no Pará. Mas, falando em termos de grande sucesso, o verdadeiro thrash metal apareceria com uma frágil banda californiana em 1983.


(continua na próxima postagem...)

Próxima postagem: "Da África ao Heavy Metal (parte 6)"

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